domingo, 18 de março de 2012

Revolução Francesa

A Revolução Francesa fez parte do contexto histórico do que o historiador Eric Robsbwm chamou de " A Era das Revoluções. Dessa forma o processo revolucionário francês foi essencialmente burguês, entretanto contando com a participação do proletáriado e do campesinato, isto é, uma Revolução feita pelo terceiro Estado e não para o terceiro estado.
Oberva-se nesse processo revolucionário o caráter mundial e laico, resultado da divulgação dos seus idéais de liberdade, igualdade e fraternidade pela Europa e também na América Latina, aliado ao ecuminismo social entre os seus participantes.
A crise do antigo regime francês no sentido político, econômico-financeiro e social contribuiu para o desencadeamento do movimento revolucionário, aliado aos ideais da Revolução Americana e do Movimento Iluminista.
No seu primeiro momento o processo revolucionário teve um caráter moderado e uma liderança burguesa, obervada na fase da "Era das Instituições", quando da concretização de uma Constituição que valorizava a propriedade privada, voto censitário, separação da Igreja do Estado, igualdade jurídica entre outros artigos burgueses.
Não podemos esqueçer que apesar da não existencia de um caráter popular na "Era das Instituições", houve um momento denominado por alguns estudiosos como "Jornadas Populares", marcada pela Tomada da Bastilha pelos setores mais radicais do proletáriado de Paris e o chamado "Grande Medo" caracterizado pelas violentas revoltas camponesas no interior da França contra so setores da nobreza provinciana.  
A instituição da Monarquia Constitucional e de uma Assemblèia Legislativa não foram suficientes para desarticular as ameaças contra-revolucionárias por parte dos setores aristocraticos, como foi o caso do próprio monarca Luis XVI, e das forças militares coligadas absolutistas européias sob liderança da Aústria, que ameaçavam o processo revolucionário françês.
Diante disso, o sugimento da Convenção Nacional e a transformação da Monarquia Constitucional em República, foram tantativas para salvaguardar a Revolução, tendo os grupos Girondinos e Jacobinos dominado os debates na Convenção sobre os possíveis caminhos a serem tomados por essa República Revoluciónaria.
A esquerda Jacobina através da ditadura de Robespierre, implanta uma fase de " Terror " perseguindo os chamados inimigos da Revolução, provocando condenações pela guilhotina, entretanto, avança socialmente no processo revoluciónario com medidas como: Instituição do Sufrágio Universal, Reforma Agrária, Lei do Máximo, entre outras.
Diante das violentas perseguições e eliminações, inclusive dos setores da ala Jacobina, da crise econômica que não conseguia aumentar o poder de comprar dos setores populares e das pressões da direita Girondina, essa ditadura esquerdista de Robespierre acabaria sucumbindo, através do golpe 9 Termidor ou reação Termidoriana, que levaria as principais lideranças da esquerda Jacobina para a guilhotina pelo " Terror Branco".
Segundo alguns estudiosos, a saída dos Jacobinos vai ser responsavél pela instalção de um Diretório comandado pela direita Girondina, que apesar de buscar a consolidação do processo revoluciónario, vai deparar-se com uma profunda instabilidade econômica, política e social (revoltas e conspirações) que contribuiria para o desfecho do golpe 18 Brumário, que colocaria o Estado da França nas mãos da Era Napoleônica e com isso, comprometeria os principais idéais do processo revolucionário.

Introdução aos Estudos da História da África

A história tradicional do Ocidente, limitada por uma visão eurocentrista, quase sempre tratou como não relevante a história de outras regiões. Esse olhar, que tem subordinado e diminuído a importância deoutros povos e que apresenta a Europa como eixo do movimento evolutivo, foi impulsionado desde a antiguidade, época em que a região mediterrânea era definida como centro do mundo. A África, desde então, passou a ser vista como distante, como região dos " homens de faces queimadas ".
Daquele período até o final dos tempos medievais, especialmente com a religiosidade cristã medieval, ganhou impulso a associação da cor negra ao pecado e ao demônio, firmando a visão preconceituosa em relação aos povos africanos.
A idéia da supremacia européia e consequente inferioridade de outra culturas, especialmente as africanas, consolidou-se durante os tempos modernos, quando a Europa passou a centralizar o poder econômico, político e militar mundial.
De forma mais radical, a exemplo do filósofo Hegel (1770-1831), chegou-se mesmo a conceber que a África negra não tinha história. Para Hegel, essa " África propriamente dita " correspondia a região além do Egito e ao sul do Saara, separada, portanto, da África Mediterrânea do norte.
Por séculos prevaleceu a mentalidade de enquadrar os africanos num grau inferior da escala evolutiva, a mesma que classificava os vários povos em avançados e atrasados ou civilizados e primitivos. Comerciantes, conquistadores e teóricos ressaltavam uma suposta selvageria dos povos da África, característica quase sempre relacionado à natureza do continente, fundamentando assim, a crença de que a inferioridade daqueles seria determinada meramente por traços físicos ou biológicos, e não por sua história. Impunham essa versão forçada de que o homem africano era incapaz de produzir cultura e história, quadro que serviu aos escravagistas e também aos imperialistas do século XIX, os mesmos que utilizaram o discurso justificador de " civilizar " a África. Além dos indisfarçáveis interesses de conquistas, exploração e dominação, esse discurso tradicional encobria as diversidades e características próprias dos povos africanos, decorrentes de milênios de sua história. Nesse caso, insere-se até mesmo a insistente utilização de denominações que mais acobertaram suas especificidades, como os termos " africanos " e " europeus ", que " não são sequer conceitos, mesmo ainda em categorias analíticas capazes de definir seus membros, pelo grau de generalização que comportam ".
Dessa forma, é comum, na verdade, mas errôneo, nos referirmos aos africanos como um todo homogêneo, já que, na verdade, o continente africano reúne culturas essencialmente diferentes. O Egito, por exemplo, tem uma cultura muito particular, que não apresenta quase nenhuma relação com a cultura e a história africaca ou afro-brasileira. Então, com que parte da África estamos culturalmente relacionados? Com quais culturas africanas? Essas e outras perguntas e respostas podem ser possíveis a partir de uma reflexão conceitual e não preconceituosa sobre a história da África.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sufocar o Irã

Esse artigo foi escrito por um cientista político da folha de São Paulo chamado Hussein Ali Kalout é muito interessante para uma reflexão sobre a posição do Ocidente em relação ao Irã; " O ocidente iniciou uma guerra global econômica contra o Irã. Os resultados do bloqueio imposto pela União Européia ao petróleo iraniano ainda são imprecisos.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã convive incessantemente com virulentas ameaças das potências ocidentais contra a sua integridade territorial e autodeterminação..." ( Folha de São Paulo, 4 de março de 2012).

terça-feira, 13 de março de 2012

Objetos e agentes sociais da história

A história praticada na Academia, como produto do seu tempo, não está à parte das intricadas transformações ocorridas nas últimas décadas e, sendo assim, as novas formas de abordar o crescimento histórico vem favorecendo a inclusão de uma série de temas e de novos objetos de pesquisa que , articulados ao ensino de história, apresentam maiores possibilidades de vinculação à realidade do público heterogêneo que compõem as instituições de ensino.